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Esquina do tempo por Brito-Semedo © 2010 - 2015 ♦ Design de Teresa Alves
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Magazine Cultural a divulgar Cabo Verde desde 2010
Brito-Semedo, 29 Out 14
Brito-Semedo, apresentador, e Germano Almeida, autor. Foto Carla Eneida Henriques
Vim da Praia dumitadamente[1], para o alívio da Ana Cordeiro, a apresentadora de plantão dos livros do Germano Almeida, por pirraça deste e para pagar uma dívida. Ah, é que nunca fico a dever nada a ninguém, a não ser o amor! Na verdade, o que o Germano Almeida não sabe é que aceitei essa incumbência de bom grado para, assim, garantir um lugar na fotografia quando ele receber o Prémio Camões e poder mostrar às minhas netas que esse escritor ilustre é pessoa amiga do avô.
A cidade do Mindelo tem sido, ao longo dos tempos, uma fonte de inspiração para um número grande de escritores e de poetas, pintores e artesãos, trovadores e músicos.
“Quase tude dia tita ‘contecê
Uns cosa ‘strónhe li na nôs terra
Tónte mudança tita ‘contecê
Qu’até Monte Cara já gaguejá”
in "Cumpade Ciznóne" (Coladeira)
MANEL DE NOVAS
Brito-Semedo, 25 Out 14
Aos Amigos Nuno Ferreira, Pai de Primeira Água; João Branco, Pai veterano;
e Lígia Pinto, Avó de fresco.
A mim e rusga de certéza na próxima festa de sete ou noite de guarda-cabeça! Bocês podê mandá boca!
Ná, ó menino ná,
Sombra rum fugi de li!
Ná, ô menino ná,
Dixa nha fijo dormi…
“Ná, Ó Menino ná…”
in Mornas Cantigas Crioulas, 1932
EUGÉNIO TAVARES
Tradicionalmente as crianças em Cabo Verde nasciam em casa com a ajuda das parteiras curiosas que, logo após o nascimento, prendiam-lhes ao pescoço um cordel com “contas de quebranto” e outros amuletos dentro de um saquinho (“guarda”) e banhavam-nas numa infusão de ervas aromáticas contra o “mau-olhado”.
A placenta era levada para ser enterrada num local escondido, com a "boca" para cima para que o recém-nascido não apanhasse “frieza” (resfriado), bem como o cordão umbilical, para o ligar à terra (1).
O umbigo era curado com tabaco moído, pó fino que se forma nos beirais das casas ou colhido do casulo de certos insectos e mesmo com cal tirada da parede.
Este pó estaria contaminado por micróbios, pelo que acontecia que muitos recém-nascidos sofriam de infecção do coto umbilical, que se manifestava nos primeiros sete dias, e morriam (2).
Na verdade, esta infecção do coto umbilical ou tétano neonatal, em linguagem técnica, ocorria devido à má higiene e ferrugem no instrumento de corte (tesoura) na hora de separar o recém-nascido da mãe e devido aos produtos utilizados na cicatrização.
Cria-se, por outro lado, que se o coto umbilical não fosse mantido limpo, as bruxas podiam vir para sugar o sangue da criança. Daí a prática da família velar o recém-nascido durante estes dias críticos, mas principalmente no sétimo.
Após o nascimento do bebé, a superstição exigia realizar uma cerimónia contra o “mau-olhado” na noite do sexto para o sétimo dia. Assim, familiares e amigos sentavam-se durante toda a noite a tocar e a cantar para afugentar as bruxas.
Esquecer!? Ninguém esquece…
Suspende fragmentos na câmara escura, que se revelam à luz da lembrança...
Ainda bem que existe, Brito-Semedo, para nos ir le...
Porfavor, o nome do poeta deste poema maravilhoso?
A musica de cabo verde é especial.. deveria ser ma...